Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), mais de 350 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de diabetes e quase a metade não sabe que possui a doença. A entidade também indica que a diabetes pode ser qualificada como epidemia e que, nesse caminho, até 2030, a incidência duplicará. A alta taxa pode ser devido à pouca ou nenhuma informação que as pessoas têm com relação à doença, que é causada pela elevação da glicose no sangue. Os alimentos, ao serem digeridos, se transformam em açúcar (glicose), e atuam como energia para o organismo. Mas para essa glicose ser absorvida é necessária a presença de insulina, substância produzida pelo pâncreas, e, quando ocorre alguma falha nessa absorção, a glicose se eleva causando desde hiperglicemia, a diabetes.
A doença se divide em duas incidências: tipo I, quando o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina, e tipo II, quando as células do corpo são resistentes à ação da insulina. Os sintomas são os mesmos, diferindo apenas pelo fato que no portador do tipo II, eles são quase imperceptíveis. Vontade de urinar, sede em excesso, aumento de apetite, perda de peso, cansaço, vista embaçada e infecções frequentes são os sintomas mais comuns, mas algumas pessoas podem chegar a desenvolver feridas que demoram a fechar ou não cicatrizam, distúrbios cardíacos, perda de membros e impotência sexual. “O diabetes mellitus tipo 2, prevalente nos adultos, é prevenido quando se evita o excesso de peso, sedentarismo, stress excessivo, maus hábitos de sono, uso de bebidas alcoólicas em excesso, alimentos processados (fast food, alimentos gordurosos, refrigerantes etc.), tabagismo, dentre outros. Dentre todos os fatores, o mais importante para prevenir esse tipo de diabetes seria a prática de atividade física regular, evitar excessos na alimentação e de bebidas alcoólicas e não fumar (nesta ordem)”, explica a endocrinologista e professora da UFMG, Ana Lúcia Cândido.
Ela alerta ainda que, de certa maneira, a rotina cotidiana é o grande inimigo: “Os alimentos in natura são difíceis de preparar, armazenar e transportar. São caros para a maioria! Assim, o mais prático é ingerir alimentos ‘rápidos’, processados, gordurosos e com excesso de sal, baixo teor de fibras. Tudo o que não se deve fazer! Temos visto, em nosso ambulatório, jovens de 20 anos com obesidade II ou III (Índice de Massa Corporal maior que 35 ou 40) com frequência alarmante. O hábito de lambiscar, omitir refeições, substituir por ‘lanches’ calóricos é comum. Ingerir biscoitos, sobretudo o de polvilho, altamente calórico e com excesso de gordura saturada, é prática comum em todos os pacientes, inclusive nos sabidamente diabéticos. Há ainda as más informações obtidas na internet e as dietas de moda sem embasamento médico”.
Há várias maneiras de confirmar o diagnóstico de pré-diabetes e diabetes. O exame mais usado pelos profissionais de saúde é bem simples, com a coleta de uma gota de sangue, e fica pronto em três minutos. Quando há alteração nesse resultado, o médico solicita a realização do exame conhecido como Curva Glicêmica. São realizadas várias etapas, nas quais são coletadas amostras de sangue em um tempo determinado.
Resumindo, não é o fato de comer especificamente açúcar que causa Diabetes, mas, sim, o fato de comer em excesso qualquer alimento que acarrete aumento de peso. Além disso, é preciso levar em consideração outros fatores como sedentarismo e histórico familiar, casos em que pode haver maior risco de a Diabetes ser desenvolvida.
Tipos de Diabetes
I: O pâncreas perde a capacidade de produzir insulina em decorrência de um defeito do sistema imunológico, fazendo com que nossos anticorpos ataquem as células que produzem esse hormônio. O diagnóstico desse tipo de diabetes ocorre em cerca de 5 a 10% dos pacientes com diabetes, e, em geral, durante a infância e a adolescência, mas pode também ocorrer em outras faixas etárias.
II: Quando o pâncreas produz insulina, mas há incapacidade de absorção das células musculares e adiposas. Esse tipo de diabetes é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, acima do peso, sedentárias, sem hábitos saudáveis de alimentação, mas também pode ocorrer em jovens. Ocorre em cerca de 90% dos pacientes com diabetes.
Prevenção
Orientações a pacientes com histórico familiar de diabetes:
Manter o peso normal;
Não fumar;
Controlar a pressão arterial;
Evitar medicamentos que possam agredir o pâncreas;
Manter uma alimentação saudável;
Praticar atividade física regular.
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