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Distúrbios do sono: uma doença do mundo moderno


Muitas pessoas acreditam que roncar não passa de uma situação de grande constrangimento. Na verdade, o ronco pode ser considerado normal, dependendo da intensidade e da posição em que a pessoa dorme, mas também pode ser um dos sintomas da Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 45% da população mundial sofrem com algum dos quase 100 distúrbios do sono já catalogados pela Medicina. No país, aproximadamente 40 milhões de brasileiros sofrem com a Síndrome da Apneia. É possível que a pessoa tenha a síndrome e não saiba. Isso acontece porque, normalmente, as pessoas ignoram os sintomas da doença. A pneumologista Cristiane Assis, do Instituto do Pulmão e do Sono (Inpulso), afirma que o paciente que ronca não costuma revelar tal hábito. Além do ronco alto, o cansaço e a hipersonolência durante o dia, o desânimo, a indisposição ao acordar, os problemas na concentração e na memória, a sensação de não ter dormido e o sono não reparador são os principais sintomas de quem tem a apneia do sono. Muitos pacientes revelam que têm facilidade para dormir em qualquer lugar e, de acordo com ela, talvez esse seja o problema, pois pode ser o indício da síndrome. Ela destaca ainda a importância de um acompanhante durante a consulta médica, para que ele relate tudo aquilo que o paciente tenta omitir. A apneia e o ronco podem ser causados pela obstrução nasal ou pela obstrução da garganta, pela obesidade, por alterações do esqueleto da face, pela alteração da posição da mandíbula ou por fatores genéticos. O professor da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais e otorrinolaringologista da Santa Casa de Belo Horizonte, Marcelo Alves, alerta que o paciente deve fazer um exame de laringoscopia para descobrir se existe alguma obstrução em suas vias aéreas. “É necessário encontrar a causa antes de indicar ao paciente um tratamento específico”, afirma. Para ele, as consequências acarretadas pela síndrome são os fatores que podem gerar maiores problemas como acidentes de trânsito, diabetes e problemas cardiovasculares. De acordo com a cardiologista Celsa Moreira, a apneia relaciona-se à cardiologia, principalmente pelas consequências que pode ter no aparelho cardiovascular como, por exemplo, o aumento da pressão arterial, a possibilidade de causar arritmia cardíaca e espasmos de coronária, que provocam o enfarto. Por essa razão, ela acredita que o cardiologista seja o especialista que mais solicita o exame de polissonografia, o método mais eficaz para diagnosticar a apneia do sono. Por meio de acompanhamento dos padrões do sono, o procedimento é capaz de determinar se a pessoa possui algum distúrbio e qual a sua intensidade. Após o diagnóstico, o médico responsável indica o tratamento adequado a cada paciente, que varia entre cirurgia, aparelho intraoral ou CPAP (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas). Cada um desses tratamentos é indicado a partir da intensidade da apneia. O mais eficaz é o CPAP, mas devido ao desconforto, profissionais optam pelo aparelho intraoral para pacientes que têm apneia leve ou moderada. Por ter uma visão privilegiada da garganta do paciente, os profissionais odontológicos acabam ficando mais atentos ao problema. O dentista Lucas Marques é um dos especialistas que oferece esse aparelho intraoral, com menor custo e tão eficiente quanto o CPAP, além de ser mais confortável. “Os resultados obtidos por meio do equipamento são positivos. Para o ronco, a eficácia está em torno de 90% e para a apneia, geralmente consegue diminuir e se for leve ou moderada, a eficácia chega a 100%. O CPAP gera desconforto, então o que oferecemos irá tratar da mesma maneira ou até melhor”, explica. Além do aparelho, o dentista utiliza outros meios para potencializar o tratamento, como o incentivo à prática de exercícios físicos, de modo a fazer com que a pessoa fique mais disposta e tenha uma noite de sono melhor. Resumindo, se você ronca, fique alerta, pois o ato pode ter consequências bem além do constrangimento e dos incômodos e tratar-se de um início da Síndrome da Apneia. Por atingir hoje uma grande parcela da população, os especialistas consideram a apneia um distúrbio do mundo moderno. Afinal, com o dia a dia agitado da grande maioria das pessoas, os sintomas acabam fazendo parte de suas vidas. Por não conseguirem se desligar dos problemas e das questões da atualidade em geral, acabam tendo a qualidade do sono prejudicada.


Causas do ronco: Medidas para amenizar ou prevenir a apneia

  1. Ganho de peso e obesidade

  2. Alterações dos ossos da face e hipoplasia da mandíbula (retrognatia)

  3. Mantenha o peso ideal

  4. Deposição de gordura na região cervical (pescoço)

  5. Adenoides e amígdalas grandes

  6. Pratique exercícios físicos

  7. Uso de álcool e diazepínicos (calmantes)

  8. Desvio de septo

  9. Mantenha um hábito saudável, inclusive na alimentação

  10. Obstrução nasal, rinites, sinusites

  11. Pólipos nasais

  12. Evite o uso de substâncias nocivas à saúde como álcool e cigarro

  13. Aumento do volume de secreção e muco

  14. Mantenha uma rotina de horário de sono

  15. Evite dormir de barriga para cima

  16. Evite o uso de medicamentos sem prescrição médica, como ansiolíticos

Definições:

Apneia do Sono Obstrutiva é uma desordem respiratória do sono debilitante definida como uma parada respiratória durante 10 segundos ou mais (apneia é uma palavra grega que significa “sem ar”). Durante o sono, os músculos do corpo relaxam, permitindo que os tecidos moles do palato e da garganta e a língua obstruam as vias aéreas. Essas pequenas pausas na entrada de ar chegam a diminuir a concentração de oxigênio no sangue.

Ronco é a obstrução parcial das vias aéreas superiores, sendo que o seu som ocorre devido à passagem do ar com dificuldade, ou seja, a parte posterior da língua (fundo) encosta no céu da boca (palato mole), dificultando a passagem do ar, o que provoca vibração e, consequentemente, ruídos.

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