O câncer de pele é um dos tumores mais incidentes no Brasil. Cerca de 180 mil brasileiros são diagnosticados por ano com a doença, que ocorre devido ao crescimento anormal das células que compõem a derme. Eles podem ser divididos em dois tipos: melanoma e não melanoma. Quando se fala em câncer de pele não melanoma, um dos principais é o carcinoma basocelular (CBC), ou epidermoide (CEC), mais agressivo e de crescimento mais rápido.
Segundo o professor adjunto-doutor coordenador da disciplina de Oncologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, André Murad, o câncer de pele corresponde a 25% de todos os tumores malignos registrados no país. “Apresenta altos percentuais de cura se for detectado precocemente. Além disso, é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, sendo relativamente raro em crianças e negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas anteriores. Pessoas de pele clara, sensível à ação dos raios solares, ou com doenças cutâneas prévias são as principais vítimas”, afirma.
Aproximadamente 80% dos cânceres de pele não melanoma são CBC e 20% são CEC. Já o melanoma cutâneo, o mais perigoso dos tumores de pele, tem a capacidade de invadir qualquer órgão e se espalhar pelo corpo. O melanoma cutâneo tem incidência bem inferior aos outros tipos de câncer de pele, mas está aumentando no mundo inteiro.
Ainda de acordo com André Murad, após o diagnóstico do melanoma e da classificação de seu estágio, o médico discutirá as opções de tratamento com o paciente. “É importante que o paciente pense cuidadosamente sobre suas escolhas, levando em conta os benefícios, os possíveis riscos e os efeitos colaterais de cada opção de tratamento. Com base no estágio da doença e outros fatores (como idade e saúde geral do paciente), as principais opções de tratamento para pessoas com câncer de pele do tipo melanoma podem incluir a cirurgia, a imunoterapia, a terapia alvo, a quimioterapia e a radioterapia”, destaca.
TIPOS
Carcinoma basocelular
O carcinoma basocelular é o tipo de câncer de pele mais comum, constituindo 70% dos casos – mas, felizmente, é o tipo menos agressivo. Ele leva esse nome por ser um tumor constituído de células basais, comuns da pele. Essas células começam a se multiplicar de forma desordenada, dando origem ao tumor. O carcinoma basocelular apresenta crescimento muito lento, que dificilmente invade outros tecidos e causa metástase. Esse câncer é encontrado frequentemente nas partes do corpo que ficam mais expostas ao sol, como rosto e pescoço. O nariz é a localização mais frequente (70% dos casos), mas também pode ocorrer na orelha, canto interno do olho e outras partes da face. Quando o tumor é retirado precocemente, as chances de cura são altas.
Principais sintomas:
Protuberância de cor rósea brilhante, avermelhada, branco perolado ou transparente; area avermelhada, em relevo ou irritada, que pode descascar ou coçar; lesão rósea com borda elevada e parte central encrostada; cicatriz com área branca, amarela ou cerosa, e bordas mal definidas; ferida com sangramento, que permanece aberta durante várias semanas.
Carcinoma espinocelular
O carcinoma espinocelular é o segundo tipo mais comum de câncer de pele, sendo responsável por cerca de 20% dos tumores cutâneos não melanoma. Frequentemente, o carcinoma espinocelular cresce nas áreas mais expostas ao sol, como couro cabeludo e orelha, sendo mais predominante em pacientes a partir da sexta ou sétima década de vida. O carcinoma espinocelular se forma a partir das células epiteliais (ou células escamosas) e do tegumento (todas as camadas da pele e mucosa), ocorrendo em todas as etnias e com maior frequência no sexo masculino. Sua evolução é mais agressiva e pode atingir outros órgãos, caso não seja retirado com rapidez. Ele apresenta maior capacidade de metástase do que o carcinoma basocelular.
Principais sintomas:
Verruga em crescimento; mancha persistente, escamosa, vermelha, com bordas irregulares, que sangra facilmente; ferida aberta que persiste por semanas; lesão elevada com superfície áspera e uma depressão central.
Melanoma
O melanoma é tumor maligno originário dos melanócitos (células que produzem pigmento) e acomete pele, olhos, orelhas, trato gastrointestinal, membranas mucosas e genitais. O melanoma tem a capacidade de atingir qualquer órgão, criando metástases, inclusive no cérebro e coração. Portanto, é um dos tumores mais perigosos, com grande letalidade.
FORMAS DE PREVENÇÃO
Evite a exposição direta ao sol entre 10h e 16h.
Utilize filtros solares diariamente que protejam contra radiação UVA e UVB.
O fator de proteção solar (FPS) deve ser de pelo menos 30, com reaplicação ao longo do dia.
Cubra as áreas expostas com chapéus, roupas e óculos escuros.
Observe regularmente a própria pele à procura de lesões suspeitas.
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