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  • Acne: Um vilão da adolescência e da vaidade

    Quem nunca na adolescência tentou despistar uma espinha no rosto que cresceu justamente na semana anterior à festinha que queríamos ir? Ou já passou cremes, pomadas ou uma pasta qualquer, muitas delas mirabolantes, para acabar com o problema? A acne, muito presente na puberdade e na adolescência, de alguma forma fez parte da juventude de todos. Mas muitas vezes esse problema pontual pode ser crônico, afetando os melhores anos da vida e causando uma permanente baixa autoestima. A acne caracteriza-se por áreas de pontos negros, pontos brancos, pústulas e pele oleosa, com possibilidade de aparecimento de cicatrizes posteriores. As consequências na aparência podem provocar ansiedade, diminuição da autoestima e até profunda depressão. Causada por elevado número de glândulas sebáceas, a acne afeta principalmente a pele do rosto, da parte superior do peito e das costas. Durante a puberdade, em ambos os sexos, o aparecimento de cravos e espinhas deve-se muitas vezes ao aumento da quantidade de hormônios andrógenos, como a testosterona, que estimulam as glândulas da pele a produzirem mais óleo (sebo). A superprodução de sebo na pele e a concentração de células mortas nos folículos pilosos estão entre as causas da acne. Esses fatores resultam em obstrução, com acúmulo de bactérias e inflamação. A questão etária é uma das principais dúvidas. “Na adolescência, a acne surge e tende a ser pior devido à questão hormonal. No entanto, existem vários casos em que a pessoa não apresenta os sintomas na adolescência e sim na fase adulta, sendo necessários outros tipos de tratamentos. A acne vulgar, que é a mais grave, pode surgir em qualquer época, mas atualmente existem diversos tipos de tratamentos eficazes para a melhora total das lesões”, relata a dermatologista da Rede Consultar, Nathália Lie. DOENÇA MULTIFATORIAL De acordo com Ediléia Bagatin, coordenadora do Departamento de Cosmiatria Dermatológica da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SDB), a acne é uma doença multifatorial, ou seja, não tem uma causa única. “Existem inúmeros tratamentos. Podem ser apenas com produtos tópicos, quando a doença é leve, e também há tratamento por via oral para casos mais graves”, pontua. Ediléia também destaca o aparecimento nas mulheres adultas acima de 25 anos, o que é um pouco distinto do aparecimento durante a puberdade. “Nesse caso, as lesões, em vez de predominarem no centro da face, do toráx e das costas, acometem mais a área inferior da face, perto da mandíbula e do pescoço. Para a mulher adulta, o tratamento funciona muito bem com o uso de hormônios, principalmente os antiandrogênicos, como as pílulas anticoncepcionais, e também produtos tópicos”, orienta a profissional. Estima-se que a acne afete cerca 90% dos adolescentes e 650 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2010. Segundo especialistas, 80% dos casos têm origem genética − a alimentação, a higiene e a luz do sol como causas ainda não são claras.

  • Importância dos cuidados com a audição

    Você sabia que a surdez possui graus e que perdemos a capacidade de ouvir ao longo dos anos? Os excessos de ruídos e muito tempo de exposição a barulhos são fatores que contribuem para que a nossa audição seja prejudicada. A professora associada do Departamento de Fonoaudiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Patrícia Mancini, explica como nosso ouvido é afetado durante a vida. “No ouvido, existem células muito sensíveis. O som entra em contato com elas e começa a danificá-las. Por isso, a longa exposição a ruídos contribui para a perda da audição”. A perda auditiva é calculada pelos decibéis (dB), unidade medidora do nível de volume do som. Dessa forma, de acordo com a perda em decibéis, se calcula a perda auditiva. É comum que pessoas mais velhas apresentem diferentes graus de surdez, mas esse problema já tem afetado os jovens. “Antigamente, era a partir dos 50 anos que as pessoas começavam a apresentar perda da audição. Mas, hoje, como os jovens estão muito expostos a ruídos, já são comuns os casos de adolescentes entre 13 e 14 anos apresentando problemas para ouvir”. Perder a audição é uma condição que transforma toda a vida da pessoa e é uma realidade que muitos brasileiros enfrentam. Segundo os estudos feitos, neste ano,p ela Locomotiva Instituto de Pesquisa e a Semana da Acessibilidade Surda, existem 10,7 milhões de deficientes auditivos com diferentes graus de surdez no país. Graus de surdez De acordo com divisão adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os graus de surdez podem ser distinguidos entre leve, moderado, severo e profundo. A surdez leve ocorre com a perda de 25 a 40dB, dificultando a compreensão da fala à distância. A pessoa ouve bem os sons das vogais, mas algumas consoantes, como f, s, p, t, k se tornam inaudíveis, assim como o som do relógio. Geralmente este tipo de surdez passa despercebido, já que não impede a aquisição da linguagem. A moderada registra perda de até 70dB, o que torna a comunicação mais difícil. A pessoa só escuta o que é dito quando a voz é elevada. Apenas sons fortes, como choro de crianças e aspirador de pó são ouvidos com clareza. Pode manifestar alterações na articulação da fala, porém é de difícil detecção. As dificuldades nas salas de aula são das poucas formas de suspeitar deste tipo de surdez. A surdez severa é caracterizada pela perda de até 90dB. Neste estágio, nenhum som da fala é perceptível. Latidos de cachorro, motor de motocicletas, sons graves de piano e toque do telefone ainda podem ser ouvidos. É uma surdez facilmente detectável, pois não há reação do indivíduo em relação aos sons do ambiente. A perda auditiva profunda ocorre com o dano de mais de 90dB e nenhum som do ambiente é entendido. Existe a possibilidade de que sons como o de helicópteros e serra elétrica sejam captados. Também facilmente observada, esse tipo de surdez, se ocorrer desde o nascimento, pode limitar a aquisição da fala, tornando possível apenas algumas vocalizações. O diagnóstico de perda auditiva é feito pela audiometria, um exame que identifica as alterações de percepção do som e instrui a pessoa a tomar medidas preventivas e tratamentos. Consequências na autoestima A impossibilidade de ouvir bem e se comunicar pode destruir a autoestima do sujeito e deixá-lo irritadiço. Poucos conseguem efetivamente perceber a gravidade dos sintomas, sofrendo dessas restrições sem possibilidade ou coragem de contar aos familiares que está perdendo a audição. Uma pessoa surda pode facilmente se passar por distraída, lerda ou zangada. Hoje em dia já existem diversas soluções para as perdas de audição. Além das cirurgias, existe a possibilidade de implantes, próteses e aparelhos auditivos. Somente um profissional adequado poderá indicar qual o melhor procedimento para cada paciente. Dicas para manter a saúde auditiva Use protetores de ouvido em locais barulhentos (um pouco de algodão já é suficiente); Não se acostume com volumes altos, monitore os sons dos aparelhos em casa; Quando usar fones de ouvido, evite ultrapassar a metade da barra do volume; Não fique próximo a caixas de som em festas ou shows; Faça estimulações auditivas com baixo volume, sons suaves, músicas instrumentais leves; Diminua o tempo de uso do celular diretamente no ouvido; Descanse sua audição em locais silenciosos; Em dias muito frios, proteja também a orelha dos ventos; Não introduza nenhum objeto dentro do ouvido. As hastes de limpeza devem ser usadas apenas na parte externa da orelha; Se possui na família pessoas que tenham sofrido com perda auditiva, procurar um médico otorrino para acompanhar e prevenir seu quadro.

  • Terapias complementares: Como elas podem ajudar?

    Em tempos de tantas incertezas, é comum que as pessoas fiquem mais estressadas e, até mesmo, desenvolvam transtornos mentais sérios, como ansiedade e depressão. De acordo com um estudo desenvolvido pelo Grupo Abril, em parceria com a MindMiners, 54% dos brasileiros estão extremamente apreensivos com o cenário de crise sanitária no país. São muitas as preocupações que nos assolam neste momento: a necessidade do distanciamento social, o retorno das atividades comerciais, os números exorbitantes de infectados pela Covid-19 no mundo, entre muitas outras. Mas, apesar de toda essa pressão, não podemos deixar nossa saúde mental de lado. Sabia que as terapias complementares podem ajudar você neste momento? O QUE SÃO? Também conhecidas como alternativas, as Práticas Integrativas e Complementares (PICS) se referem ao conjunto de tratamentos terapêuticos não convencionais baseados em conhecimentos tradicionais. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece, de forma integral e gratuita, 29 desses procedimentos. A Acupuntura, Homeopatia, Meditação e Yoga são alguns dos exemplos mais conhecidos. De forma geral, o investimento nessas modalidades de tratamentos tem caráter preventivo. Ou seja, as práticas são adotadas com o objetivo de promover saúde e bem-estar, evitando o surgimento de eventuais doenças. No entanto, as PICS também podem ser utilizadas como terapias de apoio aos tratamentos convencionais, aliviando determinados sintomas pré-existentes. De acordo com Jacqueline Barros, diretora da Equilibrium Hatha Yoga, o grande diferencial das terapias complementares está na visão do ser humano em sua totalidade, já que seu corpo, mente e espírito são considerados igualmente importantes na busca pela cura. Ela explica que “as características emocionais do ser humano influenciam em seus pensamentos, crenças, humor e autoestima. Por isso, terapias voltadas para o tratamento interior do ser, como um todo, são cada vez mais procuradas." No tratamento de transtornos mentais, as terapias alternativas têm o papel de fazer com que o indivíduo conheça melhor a si mesmo, podendo compreender, assim, a origem de suas enfermidades. BUSCA CRESCENTE Neste momento sem precedentes, muitas pessoas têm encontrado nessas práticas uma saída para o estresse do "novo normal" no dia a dia. De acordo com a terapeuta holística Carol Veiga, no entanto, não é indicado procurar terapias alternativas apenas por recomendações alheias. Segundo ela, é necessário “estudar bem o que será realmente benéfico, pois o que funciona para milhares de pessoas pode não garantir os mesmos efeitos para você”. Integrante da Associação do Processo Terapêutico Humanista e Outros (APTHO), ela defende que o maior benefício das terapias complementares é o autoconhecimento. “Conheça-te a si mesmo. Todos buscamos nosso propósito de vida: por que estamos aqui, do que gostamos e por que gostamos. E, para entender melhor o que se é, você precisa olhar onde todos temos medo, que é para dentro de si. Cada um entende seus sentimentos de acordo com sua trajetória de vida e suas vivências, cada ser é único. Se conhecer é uma aventura”, conclui Carol Veiga. Assim, que tal aproveitar este momento para se conhecer melhor e garantir saúde e bem-estar? (Maitê Louzada)

  • O negativo hábito de procrastinar

    Com o bombardeamento de informações e trabalhos ininterruptos, a falta de planejamento e organização das pessoas no cotidiano fica cada vez mais evidente. Desta maneira, é possível identificar que algumas deixam suas tarefas para depois ou até mesmo para a última hora. A procrastinação é o resultado da ausência de programação das obrigações diárias, refletida por um atraso irracional, que, consequentemente, acarreta na falta de qualidade do que deveria ser entregue. De acordo com o psicólogo Piers Steel, da Universidade de Calgary, no Canadá, autor de estudos sobre o assunto e do livro A Equação de Deixar para Depois, diferentemente dos preguiçosos, que são aqueles que não têm vontade de realizar uma tarefa, os procrastinadores têm o interesse de efetuar seu trabalho, porém, acabam deixando seus afazeres acumularem, gerando estresse e cansaço desnecessários. Mesmo sabendo que cada indivíduo possui seus próprios costumes, alguns hábitos podem ajudar. É fato que conseguir dormir mais cedo nem sempre é uma escolha da pessoa, entretanto, acordar e levantar no momento em que o despertador toca, sem adiá-lo por alguns minutos, já é um primeiro passo. Outra dica muito importante é ter metas e objetivos a curto, médio e longo prazos, pois, com foco e trabalho, é possível atingi-los, tanto na vida pessoal quanto na profissional. MOTIVOS As principais razões pelas quais adiamos as coisas são: falta de confiança e a insegurança, achar a tarefa difícil, chata ou pouco prazerosa, além da distração provocada pela impulsividade e/ou por outros atrativos, como TV, celular, redes sociais e internet, por exemplo. Quando você comete o ato de procrastinar, o que era importante, eventualmente, se torna urgente. Como consequência, a atividade a ser feita pode acabar não sendo entregue com a devida qualidade que se espera. Desse modo, quanto mais “enrolar”, mais atividades urgentes aparecerão na sua vida, o que vai impactar diretamente na administração do seu tempo e na realização de seus objetivos. Então é hora de se organizar. Não adianta somente querer, é necessário ação para que as coisas aconteçam. É importante saber que você é o único responsável por suas escolhas e seus planos. Defina seus objetivos e busque sempre a melhor solução possível, mesmo que não seja pelo caminho mais fácil. (Fabiano Lana)

  • Bruxismo: Os impactos da pandemia na saúde bucal

    O Bruxismo é uma atividade parafuncional, seja diurna ou noturna, caracterizada pela intensidade e repetição de apertar e/ou ranger os dentes. Quando as manifestações ocorrem durante o dia, o problema é conhecido também como Briquismo e pode atingir qualquer pessoa, não tendo relação direta com a faixa etária. Em relação à causa, ele pode ser desenvolvido por um conjunto de fatores. “Apesar do Bruxismo ser multifatorial, há evidências científicas que relatam que o estresse, a ansiedade, a depressão, entre outros motivos, podem gerá-lo e/ou até mesmo agravá-lo”, explica a ortodontista Nayara Bicalho. Com a pandemia, o aumento de casos de Bruxismo nos consultórios odontológicos foi verificado, já que o emocional pode ser um gatilho para esse problema. “Vários pacientes chegam à clínica dizendo que não estão aguentando, que estão travando os dentes, que sentem dores articulares e relatam dores de cabeça e na região dos ouvidos, mas, na realidade, o apertamento e o desgaste dos dentes é que levam a essas dores”, exemplifica a dentista Rosângela Batista Fontes Diniz. Entre os sintomas, também estão a dor muscular e na articulação temporomandibular (ATM), que pode sofrer estalos, restrição na abertura da boca e desvio para o lado ao abrir e fechar, além de má qualidade do sono. Além disso, os pacientes podem notar alguns sinais, como fraturas, trincas, recessão gengival e abfração, que é uma lesão por perda de estrutura dentária. Lembrando que há ainda outros sinais clínicos que costumam ser observados pelo cirurgião-dentista. O diagnóstico e demais hábitos ou alterações que envolvem os músculos e estruturas da face são bastante importantes para o adequado controle dos sintomas. Segundo Marcela Alkmim Filogônio, especialista em Disfunções Temporomandibulares e Dor Orofacial, não existe tratamento para o problema, mas sim um controle. “No caso do Bruxismo em vigília, que ocorre durante o dia, o paciente precisa se conscientizar e policiar os seus hábitos. Para isso, a terapia cognitivo comportamental pode ajudar. Já o Bruxismo do sono, quando diagnosticado, é tratado com o uso de uma placa estabilizadora rígida, que consegue amenizar os danos dentários”, detalha. As medidas adotadas variam de acordo com cada caso. Por isso, é fundamental a avaliação do cirurgião-dentista para que seja indicado o mais adequado.

  • A cada conquista, plante uma árvore

    A iniciativa de plantar uma árvore quando um filho nasce ou quando alguém adquire um novo imóvel é bastante difundida e adotada por muitas pessoas. Essa questão deixou de ser algo clichê para se tornar uma necessidade para o bem do nosso planeta e também de todos nós. Os seres humanos são responsáveis pela extinção de mais de 50% da vegetação no mundo, afetando o equilíbrio ambiental que já existiu um dia. Infelizmente, o desmatamento se torna cada dia maior a cada geração e controlá-lo é um grande desafio enfrentado mundialmente. Por isso, atitudes como essa, de plantar árvores ao nascimento de um filho ou após a compra de um imóvel, podem ser muito significativas. Sabemos que nem todos têm a oportunidade de se tornarem pais ou de adquirirem o próprio imóvel. Diante disso, que tal expandirmos a ideia para outros âmbitos da vida? Já que plantar uma árvore se tornou uma necessidade e uma retribuição de benefícios, vamos plantar a cada alegria, sonho ou conquista alcançada. Assim, ajudamos o meio ambiente e contribuímos para mais espaços verdes em nosso planeta.

  • A importância do cuidado com os olhos

    O hábito de fazer exames de rotina é praticado por muitas pessoas para verificar a saúde do coração ou do pulmão, por exemplo. Porém, muitas vezes, a saúde ocular acaba sendo esquecida. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), existem pelo menos 2,2 bilhões de casos de deficientes visuais no mundo, levando em conta que quase a metade desses casos ocorreram pela falta de acesso a médicos e tratamentos. Comumente, os exames oftalmológicos são diretamente relacionados à necessidade de utilizar óculos, apesar de conterem outras funções importantes, como ajudar no diagnóstico precoce de doenças que possam se desenvolver. Os cuidados com a saúde ocular devem começar logo cedo. Começam pelos recém-nascidos, que, ainda em suas primeiras horas de vida, passam pelo “teste do olhinho”. Nesse exame, o médico verifica, por meio de feixes de luz, os reflexos da pupila do bebê. Apesar de ser um teste rápido e fácil, é capaz de detectar distúrbios como catarata congênita, glaucoma, estrabismo, hemorragias ou elevados graus de miopia. No decorrer da infância e da fase adulta, outros exames devem ser feitos para avaliar o quanto a pessoa enxerga, detectar erros de refração, analisar a percepção das cores e verificar a saúde das córneas. O ideal é que esses exames sejam realizados pelo menos uma vez ao ano. A oftalmologista Sandra Valéria afirma que, infelizmente, não existe uma cultura de oftalmologia preventiva no Brasil. Para melhorar esse quadro, trabalhos de base vêm sendo feitos em parceria com pediatras. A médica também ressalta o aumento de queixas oculares no consultório durante o período da pandemia: “Muitas pessoas têm trabalhado mais tempo em casa do que nas empresas. Com as crianças, tem sido pior, pois elas utilizam as telas de celulares, TV, computador e videogame com maior frequência”. PROTEÇÃO Daniel Vítor de Vasconcelos, subchefe do Departamento de Oftalmologia da Faculdade de Medicina da UFMG, concorda com Sandra e afirma que, frequentemente, as pessoas procuram atendimento médico apenas quando sintomas preocupantes aparecem. O especialista também reforça que hábitos saudáveis que impactam doenças sistêmicas também podem interferir na saúde ocular. “A exemplo da proteção que fazemos da nossa pele, utilizando filtros solares, nossos olhos também devem ser protegidos da radiação ultravioleta, principalmente nos dias muito ensolarados e nas atividades ao ar livre”, defende. Além de todos esses cuidados, Daniel traz ainda algumas dicas para lidar melhor com a rotina em frente as telas: “É importante lembrar de piscar com frequência, de modo a auxiliar na distribuição da lágrima na superfície dos nossos olhos. O uso de colírios lubrificantes também pode ajudar em alguns casos. Além disso, não é incomum sentirmos cansaço visual após essas atividades mais prolongadas. Para prevenir esse cansaço, recomenda-se inserir pausas após cada 20 a 30 minutos dessas atividades, além de piscar os olhos com frequência.” Sempre foi um consenso de que o uso constante de celulares, tablets e computadores pode desenvolver problemas de visão, principalmente, a miopia. Segundo artigos científicos publicados em junho de 2020 e janeiro de 2021, o cenário de viver constantemente diante das telas pode acelerar os efeitos negativos desses dispositivos aos olhos. Apesar dos estudos seguirem métodos de abordagem diferentes, ambos chegaram ao mesmo resultado. Em 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou dados de que, até 2050, quase 50% da população mundial sofreria com problemas de miopia. Segundo o estudo publicado em janeiro, essa estimativa pode ser alcançada antes do previsto devido ao uso excessivo das telas no cenário atual. Lembramos sempre que a melhor maneira de prevenir esses danos futuros é traçar uma disciplina dentro da rotina dos adultos e das crianças e ter consciência do uso excessivo dos olhos, realizando pausas constantes. (Nathália Farnetti)

  • Excesso de barulho é a nova realidade das grandes cidades

    Quanto mais as tecnologias e a urbanização crescem, mais os diversos ruídos do nosso cotidiano apontam o mesmo caminho. Antes não existiam muitos meios de geração de ruídos e as cidades eram bem mais silenciosas. Mas a tecnologia trouxe inúmeras formas de se fazer barulho e a urbanização as reúne ao longo da cidade, principalmente na região da Pampulha. Outrora em espaçadas casas, agora muitas pessoas vivem em apartamentos, aumentando o nível de intolerância, mas também de necessidade de respeito ao próximo. São mais pessoas convivendo em um espaço mais estreito. Além disso, esse acúmulo de pessoas faz aumentar o trânsito e o comércio. São muitos os inimigos do ouvido. Nesta reportagem citaremos algunsexemplos. Devemos lembrar que, por mais que estejamos acostumados a essa realidade, os problemas de saúde também estão relacionados a isso. “A poluiçãosonora se relaciona a uma série de complicações, que vão de zumbidos e comprometimento da audição à insônia, dores de cabeça, estresse e hipertensão. A intensidade de som considerada segura para nosso ouvido é de até 85 decibéis, valor facilmente alcançado em uma avenida movimentada. É preciso levar em conta também o tempo de exposição aos ruídos. Por mais inofensivos que pareçam, sons de 85 a 90 dB se tornam nocivos depois de oito horas de exposição”, relata em artigo científico o dirigente da Sociedade Brasileira de Otologia e responsável pela Campanha Nacional da Saúde Auditiva, Silvio Caldas. De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas, o ruído tolerável em áreas residenciais é de 45 decibéis. No bairro Itapoã, por conta das obras viárias e do aumento do trânsito, o limite é facilmente ultrapassado, principalmente para quem mora próximo à Avenida Dom Pedro I. “A barulheira é intensa por causa das obras e do trânsito. O dia inteiro temos de conviver com o barulho de marretas, máquinas,containeres batendo, etc. Aumentamos a televisão na hora de assistir e fechamos a janela, pois o barulho é constante. Meus quartos dão para a avenida”, explica o aposentado de 78 anos, Paulo Alberto Dias Macedo. O barulho do trânsito incomoda tanto os mais velhos quanto os mais novos. “Não temos a tranquilidade de antes no Itapoã. Moro perto da Lagoa do Nado em um lugar muito tranquilo, mas de dois anos para cá minha rua virou um dos principais fluxos do bairro. É uma imensa barulheira nos ouvidos por conta da intensidade dos ruídos de carros e ônibus. Para ouvir televisão tem de se aumentar o volume mais do que antes. Outra chateação são os ônibus que descem a toda velocidade a partir das 4 horas da manhã”, explica o publicitário Tobias Bahia, de 30 anos. Mas existem as pessoas que já jogaram “a toalha” por conta do barulho e se acostumaram a esse problema. “A região era muito tranquila antes da construção do Viaduto dos Guararapes. Quando começou a obra era muita barulheira. Ficamos irritados, mas depois você se acostuma ao barulho da obra e do trânsito”, explica um morador próximo às obras da Avenida Dom Pedro I, que não quis se identificar. As pessoas se acostumam ao barulho, mas depois que saem dele percebem a diferença. O webdesigner Pascoal do Carmo morou por muitos anos ao lado de uma escola no Itapoã: “Foram mais de 20 anos colado à Escola Estadual Três Poderes. Às 6 horas da manhã começavam a arrastar as carteiras. Às 7h entravam os alunos pelo portão que ficava colado ao meu quarto. Era aquela gritaria: meninos jogando bola, palavrões aos berros, etc. Isso ia até às 23h. Chegavam os finais de semana e quando você acha que vai dormir melhor eis que começa um culto religioso pela manhã. Daí você acostuma a conviver com o barulho. Há quatro anos me mudei e hoje percebo melhor a diferença. O dia é mais tranquilo, o sono é melhor tanto para dormir quanto para acordar. Realmente o barulho reduz a qualidade de vida das pessoas”, compara. Igrejas e bares Outro motivo de reclamação são os cultos das igrejas. O aposentado Schubert Tomangnini mora no Jaraguá em frente a uma dessas instituições. Ele desaprova o barulho, mas diz que prefere não entrar em disputa. “O barulho no dia de culto é bem alto. Geralmente o som vai até nove e meia da noite. Já acostumamos, pois moro há anos aqui. Mas às vezes aparecem pastores que gritam bastante. Exageram. Aí é complicado e incomoda muito. É melhor aprender a lidar com isso, pois se formalizarmos uma reclamação tudo é muito burocrático. Outros vizinhos já reclamaram e não adiantou”, lamenta o aposentado. A legislação referente indica que o morador que se sentir incomodado com o barulho na vizinhança pode registrar reclamação na Prefeitura ou na delegacia, por meio de um Boletim de Ocorrência. O delegado pode instaurar inquérito policial para apurar o excesso. No caso dos bares muitos desses excessos acontecem. “Em algumas avenidas da região a música ao vivo vai até meia noite e meia. Um dia desses dois bares ficaram com o som alto, um atrapalhando o outro e os dois atrapalhando o bairro inteiro. Um terceiro restaurante, ao lado, está perdendo clientes por causa do barulho. Se for colocar música para os clientes, que coloque dentro do bar e não na calçada. É um afronto ao direito do outro. Já denunciei pela Lei do Silêncio e não adiantou, pois eles foram averiguar num dia que não tinha música. Chamei na hora em que estava acontecendo, mas não apareceram. Reclamei nos dois bares e conversei com os donos. Agora nem atendem mais aos meus telefonemas. Não sou obrigado a escutar uma música que não quero. Não posso ler, nem assistir TV em casa tranquilamente”, reclama o professor universitário Eugênio Tadeu. A corretora de imóveis, Fabrícia Rossi, também tem reclamações parecidas e os problemas não são poucos. “Em frente à casa da minha mãe, um vizinho fez um ‘bar’ na garagem dele e alugou aquelas máquinas de música. O som fica no último volume o dia todo. Ninguém consegue ouvir TV. Já fizeram várias denúncias para a Prefeitura, Disque Sossego, Polícia, etc. Os vizinhos tomaram atitudes, mas nem assim ele para. Onde moro, um motoqueiro faz a segurança da rua buzinando a noite e a madrugada inteira. Já me informei com a própria polícia que me esclareceu que, além dessa profissão não ser regulamentada, é proibido usar a buzina indiscriminadamente”, desabafa. Em dias de jogos de futebol de Cruzeiro e Atlético ela também tem problemas: “É preciso ter muita paciência para aguentar os fogos de artifício antes, durante e depois. Minha filha fica muito assustada e não consegue dormir. Várias pessoas me relataram problemas parecidos com idosos e animais de estimação. Hoje em dia, em geral, é comum termos vizinhos que gritam até mesmo durante a madrugada, batem portas, andam de tamanco fazendo muito barulho. Os meus mesmo são assim”, completa.

  • Leishmaniose canina: uma doença cruel e fatal, mas que pode ser tratada

    Os donos de animais de estimação, principalmente cachorros, ficam receosos ao ouvir a palavra leishmaniose. É, de fato, uma doença cruel, que pode não só tirar a vida do animal, como também infectar a família. Ela é causada pelo parasita (protozoário) Leishmania sp., transmitida pela picada de flebótomos (insetos) contaminados. No Brasil o mosquito transmissor é conhecido por mosquito-palha ou birigui e é encontrado em lugares úmidos, escuros, onde existem muitas plantas e material orgânico em decomposição. Os cães são considerados o principal alvo da doença no meio urbano. A evolução da leishmaniose pode ser crônica (lenta) ou aguda (rápida), de difícil diagnóstico. Mas é fatal, o que aumenta a preocupação. Devido à falta de informação e prevenção, os focos da leishmaniose visceral canina têm se expandido no Brasil. A doença já foi encontrada em pelo menos 12 países da América Latina, sendo 90% dos casos no Brasil. A forma mais efetiva de prevenção é a proteção contra as picadas dos insetos, fazendo uso de repelentes de ação prolongada, uso de coleira impregnada com inseticida (a Scalibor é a mais conhecida), evitar tosas no período de aumento da densidade do mosquito (novembro a abril), evitar passeios com o cão no final da tarde e início da noite, colocar telas do tipo malha fina no canil e manter o abrigo deles sempre limpos, sem presença de fezes ou restos de alimentos. Há também vacinas de prevenção. Essa doença é crônica em Belo Horizonte desde a década de 1990 e a região do Cidade Nova é um dos focos de proliferação da leishmaniose, que apesar de hoje estar mais controlada, foi responsável pela perda de muitos cachorros. No entanto, essa realidade está mudando e hoje, além da vacina, existem proprietários encarando o desafio de tratar a doença, em muitos casos com sucesso. Esclarecimentos Francisco Daniel Schall, veterinário e proprietário da Inova Pet, aconselha a todos que tiveram seus animais examinados pela Prefeitura a buscar uma segunda opinião. “Em muitos casos acontece de confundirem a doença do carrapato com a leishmaniose e a Prefeitura não faz um segundo exame para tirar a dúvida”, afirma. Ainda segundo Francisco, é possível ver uma evolução na proteção contra a leishmaniose na região. “Aos poucos vejo que essa conscientização vai aumentando. Metade dos nossos clientes hoje tem seus cães vacinados e isso já é um grande avanço comparado com alguns anos atrás”, conclui. Segundo Dário Carabetti, da equipe de Coordenação de Controle de Zoonoses da Prefeitura de Belo Horizonte, quando o exame der positivo para a doença, o proprietário do animal pode realizar um segundo exame em laboratório privado da escolha do clínico veterinário que o atendeu. Ele acrescenta: “Sendo esse resultado divergente do que foi realizado pela Prefeitura, ele pode solicitar que a Zoonoses realize um exame de contraprova. Assim, serão novamente coletadas mais duas amostras de sangue. Uma será enviada para o Laboratório de Zoonose e a outra para a Funed (Fundação Ezequiel Dias).” Hoje existe apenas uma vacina para a leishmaniose no mercado. A Leishmune saiu de circulação, porque não houve a conclusão de uma das fases de teste junto ao Ministério da Agricultura. Por isso existe a expectativa de que ela ainda volte ao mercado. Enquanto isso, os veterinários têm utilizado a Leish-Tec, que demonstra ser tão eficiente quanto a primeira. “A vacina tem 93% de eficácia, e, no caso de o animal ser picado pelo mosquito, ele pode até ficar doente, mas na maioria dos casos vem de forma leve e controlada”, explica a veterinária do pet shop Mascote, Gabriela Rodrigues Monteiro. Apesar da contribuição da vacina, é necessário tomar alguns cuidados extras para prevenir a doença. Na hora de passear com seu animal, é importante ficar atento, pois quem transmite o protozoário da leishmaniose é a fêmea do mosquito no momento em que se alimenta do sangue animal. Ela ataca principalmente no final da tarde e início da manhã. Se for caminhar à noite com seu cão, é recomendado usar a coleira repelente. “Após a terceira dose a imunidade do cão é praticamente garantida, mas aconselho evitar passear com o cão no início do dia e ao entardecer, pois são os momentos de maior atividade dos mosquitos”, revela Denise Sales Ferreira da Silva, veterinária do pet shop Sonho de Cachorro. Marcos Vinícius Andrade, estagiário de veterinária no pet shop Minas Rural, também tem uma dica simples que considera obrigação no combate à leishmaniose. “Ela é uma doença endêmica em Belo Horizonte, o que faz com que seja obrigatório o uso da coleira Scalibur, que custa cerca de R$ 70 e dura quatro meses. Ela dá a garantia de que aquele cão não vai se tornar um transmissor em potencial para toda a família”, afirma Marcos Vinícius. Outro veterinário dá a dica: “Vacina e repelentes são prevenções. Aconselho todos a investirem na precaução, porque o proprietário pode ter certeza que prevenir é mais barato do que tratar”, destaca Renato Márcio Amado, veterinário do pet shop Doçura. De acordo com Dario Carabetti, da Zoonoses da Prefeitura, alguns fatores contribuem para as dificuldades do controle da doença na cidade, como a resistência dos moradores à borrifação dentro dos domicílios. “Ações educativas são realizadas pelos agentes de combate a endemias com o objetivo de orientar a população sobre as formas de prevenção da doença, enfocando principalmente a importância do manejo ambiental para evitar a formação de criadouros de flebótomos (inseto transmissor da doença) e a guarda responsável dos animais”, ressalta. Dário Carabetti explica ainda que os primeiros casos de leishmaniose na cidade ocorreram em 1994. Segundo ele, hoje o Distrito Sanitário Nordeste apresenta as mais elevadas taxas de casos positivos em cães. Ele esclarece: “Em uma avaliação de dados de testes sorológicos, em 2011 a positividade canina foi de 4,40% em inquérito censitário. Em 2012, 2,62% e em 2013 foi de 2,69%. Esses inquéritos censitários caninos são realizados durante todo o ano nas áreas de média, alta e muito alta transmissão.” Origem da doença O Hospital Veterinário Vetvogas conta com um profissional que foi um dos pioneiros nos estudos sobre a leishmaniose no Brasil, Carlos Alexandre Guadelupe Vogas, médico veterinário e diretor clínico do hospital. Segundo ele, a região nordeste foi o foco da origem da doença em Belo Horizonte. “Na faculdade fizemos uma pesquisa sobre o foco inicial da doença e descobrimos que ela surgiu em um canil de Sabará”, afirma. A pesquisa apontou que os primeiros cães infectados vieram do norte de Minas Gerais para esse canil, da onde a doença se espalhou rapidamente. Após anos trabalhando com a prevenção da leishmaniose, Carlos Vogas destaca a importância de a população se informar sobre o tratamento da doença, que deve se iniciar com a consciência do proprietário de que ele está fazendo uma ação que não é 100% legal. “A pessoa precisa saber que o cão será um reservatório da doença o resto da vida. O que conseguimos fazer é reduzir a carga parasitária dele, o que gera uma diminuição dos sintomas e das possibilidades de transmissão”, revela. Devemos ter cuidado, mantendo limpos os locais propensos ao mosquito, vacinando os animais e usando as coleiras de proteção. O mosquito se reproduz com material orgânico em decomposição. Uma fruta se decompondo, um monte de folha recolhida no quintal já são ambientes propícios. Assim, devemos ter consciência e cuidar dos nossos animais. Consequentemente, estaremos cuidando também de nossa família. Ao perceber sintomas, procure imediatamente um posto de saúde ou hospital de sua preferência para avaliação médica. A doença em humanos tem tratamento. No cão ainda não há cura, nem um tratamento 100% eficaz, mas é possível tratar em alguns casos. Para solicitar o exame para diagnóstico da leishmaniose visceral canina, basta entrar em contato com o Serviço de Atendimento ao Cidadão pelo telefone 156.

  • AVC: atenção aos sinais que antecedem a doença

    O AVC atinge homens e mulheres na idade adulta, mas é na melhor idade que as pessoas ficam mais propensas. Surge em consequência da obstrução das artérias responsáveis pela passagem do sangue para o cérebro e pode deixar sequelas. Algumas doenças que acreditamos surgirem de maneira repentina, muitas vezes nos dão sinais ao longo dos anos antes de realmente “aparecerem”, causando sequelas muitas vezes irreversíveis. Uma dessas doenças é o Acidente Vascular Cerebral (AVC), vulgarmente conhecida como derrame cerebral e é caracterizado pela interrupção do fornecimento de sangue para qualquer parte do cérebro. Essa interrupção pode se dar por meio do bloqueio do vaso sanguíneo por um coágulo de sangue (AVC isquêmico) ou pelo seu rompimento (AVC hemorrágico). Existem diversos fatores considerados como riscos para aumentar a chance de ter um acidente vascular cerebral, sendo o principal a hipertensão arterial sistêmica não controlada. Aproximadamente 40% dos AVCs ocorrem devido à pressão alta, mas ela não é a única responsável pelo aumento dos casos no mundo. Além disso, é a terceira causa de mais mortes em vários países e também a principal causa de incapacitação física e mental. Para o clínico e sexólogo do Centro Médico Pampulha, Ronald Farah, o número de pessoas que são acometidas pelo AVC tem aumentado nos últimos anos por diversos fatores, como o colesterol, doença cardíaca, tabagismo, consumo exagerado de bebida alcoólica e diabetes, mas salienta que o envelhecimento da população e o fator congênito também são dados relevantes para o aumento da doença. “As pessoas estão vivendo mais e quanto mais se vive, maior a chance de ter um AVC. Mas há também o fator congênito, em que a pessoa nasce com a doença. Mas isso não significa que ela tenha herdado do pai ou da mãe. Ela simplesmente nasce com a propensão para a doença”, explica. O médico ressalta que no caso de AVC em pessoas mais jovens, a ruptura ocorre devido ao aneurisma que se rompe por acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos. Muitas vezes, antes de acontecer o AVC, pode ocorrer um Ataque Isquêmico Transitório (AIT), que corresponde a uma isquemia passageira (entupimento dos vasos). Ele não chega a constituir uma lesão neurológica definitiva e não deixa sequela, mas é um aviso de que um AVC pode acontecer. Dessa forma, é importante perceber na pessoa sintomas do AIT, como tontura repentina ou vertigem, alteração no estado de alerta (sonolência, perda de resposta), alterações nas sensações (toque, dor, temperatura, audição, paladar), confusão ou perda de memória, dificuldade para deglutir, ler, escrever, incapacidade de reconhecer objetos ou pessoas, dormência ou formigamento em um lado do corpo, dentre outros. Esses sintomas dependem da área isquemiada e podem durar de alguns minutos a uma ou duas horas, mas podem ser o prenúncio de um problema maior. Segundo Farah, é importante que a pessoa procure atendimento médico caso sinta uma dor muito forte e repentina. “A dor surge de forma abrupta e, na maioria dos casos, em regiões em que a pessoa nunca tinha sentido algo semelhante. Por isso é necessária uma avaliação detalhada para que esse quadro não se agrave”, ressalta. O AVC isquêmico é o mais comum, presente em mais de 80% dos casos. Ocorre pela falta de fluxo sanguíneo cerebral, que pode acontecer por vários fatores, dentre eles uma obstrução arterial, queda na pressão de perfusão sanguínea, como nos estados de choque ou obstrução na drenagem do sangue venoso. Já o AVC hemorrágico, apesar de ocorrer em uma porcentagem menor (cerca de 20% dos casos), acontece quando há um rompimento do vaso sanguíneo do cérebro. Em virtude desse rompimento, há a possibilidade de deixar sequelas mais graves, como paralisação de um lado do corpo, dificuldades na fala, alterações comportamentais e cognitivas, dentre outras. Apesar de os fatores de risco muitas vezes estarem associados à idade, raça ou constituição genética, vale lembrar que outras causas que contribuem para o aparecimento do AVC podem ser diagnosticadas e tratadas. O acompanhamento regular de um médico é de suma importância para evitar ou diagnosticar precocemente qualquer doença. A realização de exames periódicos também. Pessoas sedentárias, que fumam e que bebem devem ter ainda mais atenção, pois elas têm um risco maior de sofrer um AVC. O mais importante é adequar os hábitos de vida diária, com prática de atividades físicas e alimentação saudável, requisitos fundamentais para a prevenção de inúmeras doenças e para manter uma qualidade de vida ideal.

  • Hipersensibilidade a sons é uma doença que pode ser tratada

    Carros, buzinas, músicas, conversas altas... quem mora em grandes cidades, como em Belo Horizonte, já está até acostumado com esses barulhos. Mas há quem se irrite não só com essa poluição sonora, mas também com atividades simples, como o som do toque da caneta e do bater no teclado, por exemplo. Esse incômodo excessivo com sons é chamado de misofonia (do grego e quer dizer “aversão ao som”), uma verdadeira intolerância a pequenos barulhos. Conhecida também como Síndrome de Sensibilidade Seletiva do Som, a misofonia é caracterizada por uma hipersensibilidade aos sons do cotidiano, como uma torneira pingando ou uma pessoa mascando chicletes. O professor e coordenador pedagógico, Eduardo Goulart de Macedo, sabe bem o que é isso. Morador do Jaraguá há oito anos, ele conta que já se mudou cinco vezes dentro do bairro por causa de barulho de vizinhos. “Tenho sofrido com problemas de saúde por causa do barulho de galos e cães da minha vizinhança. Sou professor e não tenho conseguido trabalhar nem dormir em minha casa”, desabafa. Esse transtorno auditivo aparece no final da infância, mas também pode ser adquirido no decorrer da vida. Normalmente, o ouvido está impecável, mas há alteração de ondas cerebrais com ondas mais rápidas, causando uma hipersensibilidade “É um distúrbio, uma irritação da cóclea, conhecida como o ‘caracol do ouvido’”, explica o otorrinolaringologista Everaldo Silva. Existem graus de classificação para a misofonia. Ao todo, a doença apresenta onze níveis e o diagnóstico é feito por exames específicos. “Quando a pessoa já começa a sentir esses sintomas de hipersensibilidade auditiva, é aconselhável procurar um especialista para fazer os exames e, então, realizar o tratamento clínico”, esclarece o médico. Se não for tratada da forma correta, a doença pode causar sérios problemas pessoais, levando a pessoa a um isolamento social e podendo se tornar histérica ou até mesmo violenta. No entanto, as consequências podem ser ainda maiores. “Não é tão comum, mas em alguns casos pode chegar à perda auditiva isolada”, alerta Everaldo. Portanto, se você começar a se sentir incômodos com barulhos simples que antes não sentia, procure um médico o mais rápido possível. Quanto antes você começar a se tratar, melhor para a sua saúde e para o seu bem-estar. (Marco Túlio Câmara)

  • A importância do uso do filtro solar

    O Brasil está em área tropical, por isso a radiação ultravioleta é alta na maior parte do ano. Por esse motivo, é necessário tomar medidas de proteção contra o sol, mesmo em dias nublados, quando parte da radiação ultravioleta consegue passar através das nuvens. Apesar dos males que o excesso de sol pode causar, ele é essencial para avida. A dermatologista Hélia Julieta de Barros lembra que “a produção de vitamina D e o ajuste do relógio biológico são alguns benefícios da radiação solar”. No entanto, “pode causar o fotoenvelhecimento e o câncer de pele”, ressalta a dermatologista. Por isso, para que a exposição ao sol seja segura e eficaz, o uso de protetor solar é indispensável, não importa a estação! A nossa pele apresenta proteção natural contra o sol, pela quantidade de melanina que produzimos. O filtro solar é uma loção que bloqueia os raios ultravioletas e reduz queimaduras de sol e outros danos à pele. Esse cuidado diminui o risco de câncer de pele. Os melhores são os que protegem tanto contra osraios UVB quanto contra osraios UVA. O primeiro tipo pode causar queimaduras solares, enquanto o segundo causa efeitos danosos à pele a longo prazo, como envelhecimento precoce. Quando for ao clube ou praia, é recomendado que vocêpasse o protetor 30 minutos antes da exposição ao sol, reaplicando o produto uma hora depois. Mais aplicações são necessárias depois de duas horas de exposição. O dermatologista Alexandre Lima explica como é feito o cálculo do Fator de Proteção Solar. “O índice do FPS determina quanto tempo a mais a pele levaria para ficar vermelha.Assim, um FPS de 10 faz com que sua pele leve 10 vezes mais tempo para atingir essa tonalidade, e assim sucessivamente”, conta. Ele ainda indica um fator para cada tipo de pele. “Quem é mais claro deve usar FPS 30 ou mais. Já os mais morenos podem usar FPS 15. Por fim, quem tem algum tipo de mancha na pele deve utilizar um FPS 50 ou 60, pelo menos”, acrescenta. Mas os cuidados não devem se limitar apenas ao uso do filtro solar. O professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Marcelo Grossi Araújo, lembra a importância da fotoproteção completa. “Várias atitudes garantem uma proteção adequada, como usar chapéus, bonés, camisetas ou roupa de acordo com a situação (cor da pele, tempo de exposição e horário da exposição ao sol) e evitar o horário entre 10h e 16h, pois é quando a radiação atinge o seu máximo”, recomenda o dermatologista titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia. A falta de proteção pode trazer sérios efeitos. “A consequência imediata de uma fotoproteção inadequada pode ser a queimadura solar, com vermelhidão, ardência e até bolhas na pele, seguidas de manchas brancas ou escuras. A longo prazo instala-se o processo de fotoenvelhecimento que se caracteriza pela formação precoce de manchas, rugas e espessamento da pele e o risco mais temido que é o surgimento do câncer de pele”, ressalta Marcelo Grossi. De olho nessa proteção, a fisioterapeuta Fábia Aparecida de Oliveira Ferreira usa filtro solar diariamente. Mesmo em dias frios e nublados, ela conta que é importante aplicar o produto em todas as áreas do corpo expostas ao sol. E assegura: “Minha pele parece ser muito mais jovem do que de muitas amigas da mesma idade”, garante. Cuidados para crianças O uso de protetor solar para bebês menores de seis meses deve ser feito somente por orientação médica. “Até os seis meses de idade não se deve usar o filtro solar, devendo ser observado o horário da exposição solar e o tempo de exposição, que é orientado pelo pediatra ou dermatologista”, informa o professor Marcelo. Para crianças entre seis meses e dois anos, deve-se escolher um filtro solar composto por filtros físicos (está escrito na embalagem), pois é mais seguro para essa faixa etária. Acima de dois anos, o protetor deve levar em consideração as características da pele da criança. O ideal é solicitar a orientação do pediatra ou dermatologista da criança. A primeira aplicação do filtro solar deve ser feita com a criança sem roupa e espalhando o produto em todas as áreas do corpo, inclusive dobras e orelhas. A reaplicação deve ser feita a cada duas horas de exposição solar ou sempre após a saída da água. “A fotoproteçao tem sido a mais eficaz arma na prevenção dos efeitos danosos da radiação solar e deve ser realizada com a combinação de diferentes ações, como a proteção mecânica (roupas e acessórios ), utilização de sombras, fotoeducaçao e o uso adequado de protetores solares”, lembra a dermatologista Hélia de Barros. É necessário que as crianças e jovens criem o hábito de usar o protetor solar diariamente, pois 75% da radiação acumulada durante toda a vida ocorrem até os 20 anos de idade.

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